quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Resenha do Bardo- Neoghaluni

Neoghaluni é um RPG de Fantasia Urbana lançado pelo selo Lampião Game Studio, uma parceria do Diego Bernard com o Jorge dos Santos Valpaços. Eu me deparei com o livro em eventos, mas consegui ler o material e pude comprovar a qualidade do material. Uma fantasia Urbana sui generis com um cenário já inserido, ainda que não muito desbravado, o que é bom, pois deixa a critério do mestre e jogadores dar a sua cara ao mesmo.

Como todo bom jogo de RPG Neoghaluni começa com sua introdução e explicando o que é o RPG, para um jogador novo sempre necessário, após isto vem a descrição do cenário. Neoghaluni possui uma cosmologia e Deuses próprios, podemos ver aqui forte influência do D&D (3ed), explicações sucintas  acerca da história, mas com ganchos pra campanhas e aventuras ali. Civilização perdida, Deuses e homens em guerra, tecnofobia. A tecnologia do mundo é similar a do nosso nos anos 2000, mas a profissão de aventureiro é regulamentada.

Neoghaluni é uma imensa federação cujo governo da União é uma Monarquia, isso por si só já é algo novo e pode ser abordado como campanha. Um continente habitado por vários povos, raças e a principal fonte de energia é a magia, a tecnologia ao menos para armas é vista com desconfiança. A coisa que une este continente é o tratado de Neoghaluni, uma espécie de Carta Magna que dita princípios e regras desta federação. O jogo poderia ser apenas de intriga e políticas se vc quiser...


O sistema de Neoghaluni é simples, role 1d20 obtenha 12 ou mais e você é bem sucedido, mas em algumas condições você pode estar ou não favorável obtendo 1 ou 2 d6 positivo/ negativo a rolagem e soma suas perícias na jogada. Existe a possibilidade do possitivo com erro que é obter valor igual a 12. A evolução em neoghaluni se obtém com 10 xp obtida das mais variadas formas possíveis em jogo, com objetivos alcançados, interpretação etc...

Existem 3 atributos em Neoghaluni Físico, Intelecto e Consciência que podem variar de 1 até 5 e estes concedem perícias que são os modificadores de jogadas e estas estão relacionadas a grupos de perícia. O combate de Neoghaluni faz você emergir nos jogos de rpg de turnos eletrônicos com gasto de pontos para agir e as tradicionais rolagens de ataque e dano.
Personagens dispõem de inúmeras raças e classes diversificadas e únicas, vale a pena olhar cada uma e vc vai ficar lembrando de Final Fantasy e similares, o que gera uma nostalgia em admiradores deste tipo de jogos como eu. As Habilidades das classes evocam isto muito bem, enquanto as raças possuem aspectos mecânicos, mas o mais interessante é a breve descrição deles no cenário que enriquece cada vez mais a proposta.
Existem características que identifiquei no jogo típica de jogos narrativos que são a conduta, medalhas e o Ofício que são coisas que influenciam mecanicamente, mas estão ligadas diretamente ao background ou a narrativa a ser feita. Até mesmo os equipamentos entram neste sistema com mecânicas de recursos e dívidas, são coisas que de fato não precisam, mas deixam o jogo mais elegante.


O capítulo de Magias tem a famosa lista de descrição de magias, mas a parte mais legal é a customização de sua própria magia, isto sim é enriquecedor para seu jogo. Os Deuses utilizam-se da mecanica de conduta e concedem poderes aos seus adeptos e enriquecem, uma coisa que gostaria de ter visto era a influência disto no cotidiano de Neoghaluni e como funciona tecnologia com Deuses que concedem poderes nesta cultura rica. Mas claro é um livro básico, em manuais futuros isto pode ser explicado.
As sobreclasses são evoluções das classes com poderes mais poderosos, típico de jogos eletrônicos que fortemente influenciam este jogo. Após isto vem a parte de itens e o capítulo do Narrador com dicas de campanhas e aventuras, necessária já que é um livro jogo/cenário. Um bestiário com algumas criaturas e o espetacular guia de criação de seus próprios monstros!

Neoghaluni é um livro com custo benefício enorme, colorido, completo, um sistema simples e facilmente hackeável. Influência de jogos indie e mainstream, pegando um pouco de bom dos dois mundos com preço razoável. A única crítica que talvez eu tenha é que o cenário poderia ter sido melhor aprofundado ou descrito, mas o livro tem o suficiente para você jogar e aproveitar este ótimo jogo.

Nota do Bardo: